sexta-feira, 25 de junho de 2010

ALMAS GÊMEAS

1 - Existem as almas gêmeas, metades que se buscam para um embalo eterno?
O Espiritismo diz que não, conforme está na questão nº 298, de “O Livro dos Espíritos”. Há, seguramente, as algemas, almas que se unem para experiências de resgate e reajuste, no instituto do casamento.

2 - Então essa história de cara metade é furada?
Não inteiramente. Se há respeito, carinho, compreensão entre os cônjuges, natural que usem essa expressão reciprocamente. Se acirram-se desentendimentos, em clima de guerra doméstica, a cara metade costuma transformar-se em metade cara, em face do desgaste emocional e espiritual dessa convivência.

3 - Por isso costuma-se dizer que o casamento é como uma fortaleza sitiada. Quem está fora quer entrar. Quem está dentro quer sair... Levando por aí podemos lembrar uma observação atribuída a Sócrates:
“Quer vos caseis, quer não, havereis de vos arrependerdes.”

4 - Não será para contornar essa dubiedade que muita gente prefere o ajuntamento, sem os compromissos formais do matrimônio?
O ajuntamento é uma clara demonstração de que os parceiros desejam as vantagens dessa relação sem disposição para assumir os compromissos que lhe são inerentes.

5 - Quais seriam esses compromissos?
Fundamentalmente, o de renunciar à liberdade irrestrita. Numa existência em comum as decisões e iniciativas não podem ser unilaterais. Há que se harmonizarem necessidades e aspirações de ambas as partes.

6 - Mas isso não pode estar presente também num ajuntamento?
Talvez, mas é difícil. Implicitamente as pessoas que partem para um ajuntamento estão dizendo: «Vamos experimentar. Se você não invadir meu espaço, se não interferir em minhas iniciativas, se atender às minhas expectativas, ficaremos juntos”. É um mau começo.

7 - Até que ponto o casamento altera essa concepção?
O casamento é uma demonstração recíproca de confiança na solidez da relação. Ao assinar o contrato matrimonial os nubentes atestam que estão dispostos a enfrentar juntos as lutas da existência e compor um agrupamento familiar, marcado pela presença de filhos, com todas as responsabilidades que lhe são inerentes.

8 - Como superar as divergências, a caminho de uma harmonização na vida familiar?
O primeiro passo, o mais importante, é superar o comportamento egoístico.
Mudar a conjugação, no verbo de suas ações. Nunca na primeira pessoa do singular, eu; sempre na primeira do plural, nós. Que sejam almas gêmeas nesse empenho e viverão felizes.

NÃO PISE NA BOLA

RICHARD SIMONETTI

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