sexta-feira, 9 de abril de 2010

Visão Espírita da Bíblia

Que o nome quer dizer simplesmente: O Livro, é na verdade uma biblioteca, reunindo os livros diversos da religião hebraica. Representa a codificação da primeira revelação do ciclo do Cristianismo.
Livros escritos por vários autores estão nela colecionados, em número de 42. Foram todos escritos em hebraico e aramaico e traduzidos mais tarde para o latim, por São Jerônimo, na conhecida Vulgata Latina, no século quinto da nossa Era.

Novo Testamento

As igrejas católicas e protestantes reuniram a esse livro os Evangelhos de Jesus, dando a estes o nome geral de Novo Testamento. O Evangelho, como se costuma designar o Novo Testamento, não pertence de fato à Bíblia. É outro livro, escrito muito mais tarde, com a reunião dos vários escritos sobre Jesus e seus ensinos.
O Evangelho é a codificação da segunda revelação cristã. Traz uma nova mensagem, substituindo o deus-guerreiro da Bíblia pelo deus-amor do Sermão da Montanha.

As Três Revelações

A antiga religião hebraica é geralmente conhecida como Mosaísmo, porque surgiu e se desenvolveu com Moisés.
A nova religião dos Evangelhos é designada como Cristianismo, porque vem do ensino do Cristo.
Mas, assim como nas páginas da Bíblia está o advento do Cristo, também nas páginas está anunciado o advento do Espírito de Verdade. Este advento se deu no século passado, com a terceira e última revelação cristã chamada revelação espírita.

Revelação dos Espíritos

Cinco novos livros aparecem, então, escritos por Kardec, mas ditados, inspirados e Orientados pelo Espírito de Verdade e outros Espíritos Superiores. Os cinco livros fundamentais do Espiritismo, que têm como base O Livro dos Espíritos, representam a codificação da terceira revelação. Essa revelação se chama Espiritismo porque foi dada pelos Espíritos. Sua finalidade é esclarecer os ensinos anteriores, de acordo com a mentalidade moderna, já suficientemente arejada e evoluída para entender as alegorias e símbolos contidos na Bíblia e no Evangelho. Mas enganam-se os que pensam que a Codificação do Espiritismo contraria ou reforma o Evangelho.

A Bíblia é a palavra de Deus?

Revelar é ensinar, e isso tanto pode ser feito pêlos Espíritos (revelação divina) quanto pêlos homens (revelação humana), mas não por Deus "em pessoa", porque Deus age através de suas leis e dos Espíritos.
A revelação bíblica, portanto, não pode ser chamada de "palavra de Deus".
Ela é, apenas, a palavra dos Espíritos-Reveladores, e essa palavra é sempre adequada ao tempo em que foi proferida. Isto é confirmado pela própria Bíblia.
A expressão "a palavra de Deus" é de origem judaica. Foi naturalmente herdada pelo Cristianismo, que a empregou para o mesmo fim dos judeus: dar autoridade à Igreja.

Devemos concluir que a Bíblia é um erro?

"Não, mas que os homens se enganaram na sua interpretação".
Essa palavras de Kardec, sustentadas através de toda a Codificação, esclarecem a posição espírita.
Os leitores encontrarão explicações detalhadas a respeito em o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan, que é um manual de moral evangélica.
O Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como a "palavra de Deus".
Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com lave ou Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do deus-pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens.

Trechos tirado do livro:
Visão Espírita da Bíblia
J. Herculano Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário